Agente de trânsito, profissão de risco. Reportagem 02

Abaixo entrevista e vídeo com o agente de trânsito Carlos Roberto da Rocha:

“Ficamos muito expostos”

O agente de trânsito Carlos Roberto da Rocha, 42 anos, escapou da morte por muito pouco. Ele levou três tiros à queima roupa, no exercício da profissão, no cruzamento da Avenida Agamenon Magalhães com a Paissandu. O crime foi em 2007. O agressor, um policial militar, foi condenado e expulso da corporação. Cinco anos após o episódio, o agente ainda sofre os efeitos da violência. Nesta entrevista, ele conta os momentos difíceis e a superação. 

Como foi que aconteceu?
Havia um carro parado no cruzamento e já estava atrapalhando o trânsito. Fui até lá e falei com o condutor para retirar o veículo. Ele disse que não ia tirar. Argumentei, mas ele ficou alterado. Resolvi ir embora e quando já estava me retirando, percebi que ele havia descido do carro e por trás de um poste ele efetuou os disparos. O primeiro tiro bateu no meu ombro esquerdo e eu caí. Vieram então os outros disparos. Recebi mais um tiro na altura da cintura, no lado esquerdo, que atingiu a veia femural e outro tiro nas costas bem próximo à coluna.

Nesse momento, o senhor achou que ia morrer?
Quando estava deitado no chão tentanto me locomover e pedir ajuda, pensei que iria morrer. Uma ambulância do Corpo do Bombeiros que estava vindo no outro lado da via fez o socorro. A viatura chegou logo ao local. A sorte é que o Hospital da Restauração fica próximo, do contrário, teria morrido.

Quanto tempo o senhor ficou  se recuperando?
Eu fique dois anos e quatro meses em tratamento. E o médico que me acompanhou disse que pela gravidade dos ferimentos, o tempo foi até razoável.

E  a volta ao trabalho?
Fui muito bem recebido pelos colegas. Senti que foi uma vitória. Era como se tivesse começando tudo pela primeira vez.

O senhor não quis voltar para as ruas?
A empresa me deu a opção de escolher e preferi ficar interno.
Na rua é inseguro. Ficamos muito expostos. A gente nunca sabe com quem está lidando. E, apesar de tudo o que aconteceu, nada mudou. Os agentes continuam trabalhando desarmados e sem colete à prova de bala.
Do Diário de Pernambuco

1 comentários:

Anônimo disse...

É INCRÍVEL COMO A POLÍCIA MILITAR ESTÁ ENVOLVIDA EM QUASE TODAS AS AGRESSÕES E MORTES DOS AGENTES DE TRÂNSITO DE TODO PAÍS, DEVE SER CIÚMES PORQUE PERDERAM ESPAÇO QUANDO FOI MUNICIPALIZADO O TRÂNSITO DAS CIDADES. QUEREM SEREM OS DONO DO MUNDO E QUANDO SÃO CONTRARIADOS QUEREM MATAR O POVO. PRA MIM POLICIA MILITAR É INIMIGO DE AGENTE DE TRÂNSITO

Postar um comentário