O juiz da 3ª. Vara Civel de Sobral,
Dr. Willer Sóstenes de Sousa e Silva, concedeu antecipação de tutela (liminar)
e determinou que o Município de Sobral se abstenha de proceder autuações
administrativas de trânsito feitas por outros servidores que não os agentes de
trânsito concursados.
O pedido partiu da Defensoria Pública
de Sobral e Ministério Público Estadual que acusavam o Município de Sobral de
utilizar-se de Guardas Municipais para efetivar multas de trânsito, ato esse
considerado ilegal e inconstitucional.
O Município de Sobral havia
apresentado defesa fora do prazo legal e confirmava que a decisão de aplicar
multa de trânsito seria legal e alegou “ser reduzido o número de agentes de
trânsito”.
Segundo o Juiz ficou observado que “o
ato administrativo que designou os servidores guardas civis municipais para
exercerem as funções inerentes aos agentes da autoridade de trânsito é uma
portaria (n. 103 de 02/11/2011), baixada pelo coordenador da Coordenadoria de
Trânsito e Transporte Urbano de Sobral” e que tal ato não poderia ser editado
pelo coordenador da CTTU, por se tratar de um “agente incompetente” e mais “nem
o próprio secretário tem competência para fazer tais designações” salientou o
magistrado para quem “a incompetência para praticar o ato restou manifesta”.
“Ora, mesmo sendo reconhecidamente
insuficiente o quadro de agentes de trânsito, o Município de Sobral prefere
aumentar o quantitavo de guardas civis mediante concurso que, da inscrição até
a prova, não levou mais do que 4 meses” argumentando “se é possível fazer
concurso para guarda civil em 4 meses porque não pode fazer concurso para
agente de trânsito no mesmo período?”, frisou o magistrado, deixando claro que
o município “não dá provimento aos cargos de agente de trânsito porque não
quer”.
E mais,
“... motivar o ato unicamente na
ausência de agente de trânsito sem deflagrar o devido concurso público para
preencher os cargos vagos é apresentar motivo falso, contrário a verdade real”
Por fim decidiu o magistrado:
“O ato administrativo nulo não gera
efeitos desde a sua expedição, não sendo lógico manter sua aparente validade no
mundo jurídico até sentença final quando já há elementos a demonstrar sua
nulidade”.
Existe perigo de demora porque os
guardas civis municipais estão praticando atos administrativos nulos por vício
de incompetência absoluta, gerando efeitos na vida de terceiros de forma
ilegítima.
Diante do exposto, concedo o pedido de
antecipação de tutela liminarmente para determinar que o réu se abstenha de
proceder autuações administrativas de trânsito por meio de servidores outros
que não os agentes de trânsito concursados.
Deve o réu suspender a cobrança das
autuações decorrentes de autuações feitas por outros agentes que não os agentes
de trânsito concursados e suspender o trâmite de todos os procedimentos administrativos
relativos às autuações procedidas por outros agentes que não os agentes de
trânsito de carreira.”
O magistrado fixou o prazo de 48 horas
para o cumprimento da decisão sob pena de multa diária e pessoal ao Coordenador
da CTTU, o Secretário de Cidadania e Segurança e o Chefe da Guarda Civil
Municipal de R$ 500,00, além de apuração de suas responsabilidades no âmbito
civil, administrativo e criminal. (vide Processo 40.335-86.2012.8.06.0167) Fonte: bairrosinhasaboia.blogspot.com.br 04/2012 Obs. Arquivando
4 comentários:
Parece que em nenhum lugar do Brasil nós, agentes de trânsito, temos nenhum tipo de reconhecimento.
É desanimador!
Me causa indignação tirar das guardas municipais o ato administrativo de efetuar mera notificação de trânsito,quem administra o solo municipal é o Prefeito, a partir do momento que dispõe de Guardas Municipais, porque não criar dentro da GCM quadros específicos de trânsito, assim como acontece nas Polícias Militares,que tem subespecialidades como Policiamento de transito, Policia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Médicos,veterinários, farmaceuticos e dentistas. Então o que vale o poder legislativo municipal se não pode prover nada que traga benefícios ao Município.Sou Subtenente Ref da PM Paulista,atuei no transito da capital, ajudei na municipalização do transito e ajudei a criar a GM de Itanhaem..acho que conheço a alguma coisa, e acho tudo isso questões políticas,o Art 24 do novo CTB, passa para os municípios responsabilidades sobre infrações de solo, isso por si só bastaria, mas como infelizmente a interesse que as coisas continuem bagunçadas,tive problemas até com políticos locais contrários, porque gostava de andar com moto sem placas e sem capacete,isto é Brasil fazer o que?.e tá falado.
faça concurso para agente se gosta tanto assim .
O absurdo não está no fato da GM fiscalizar, mais sim da Prefeitura distorcer e não respeitar a Constituição Federal, sim a prefeitura pode e deve fiscalizar o solo porém ela deve usar a GM para aquilo que lhe compete no universo jurídico se orientando por nossa carta magna, não pensem senhores Guarda Municipais que os senhores prefeitos acham que os senhores merecem lavrar os autos e fiscalizar pois confiam no senhores, oque eles percebem e que eles tem uma mão de obra que lhe traz uma economia. Resumo o problema não está na guarda mais sim na falta de investimento em AGENTES DE TRANSITO.
Saudações em azul marinho!
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