No dia a dia dos agentes de trânsito
de Salvador, além de fiscalizar as infrações, eles têm que se precaver de
socos, pauladas e até golpes com capacete. Atualmente, 90 processos tramitam na
Justiça por conta de agressões de motoristas contra os agentes, de acordo com a
Transalvador.
“Um agente de 44 anos que recebeu
vários socos na Estação Pirajá já passou por duas cirurgias. Teve que retirar
um osso de uma parte do corpo para colocar no rosto”, conta o diretor da
Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram),
Nildino Santos.
O agente citado por Santos ainda não
consegue falar. Além disso, já passou por dez sessões a laser por causa da
cicatriz. “O caso foi em setembro. Ele chegou a retornar em janeiro, mas teve
que ser afastado novamente”, diz o diretor da Astram. “Verbalmente, todo agente
é agredido. Toda vez que crescem as fiscalizações, as agressões aumentam”,
complementa.
Uma das vítimas foi o agente
Melquisedenes Santana, agredido com uma paulada em dezembro, após notificar o
motorista de um Palio que estava trafegando pela faixa exclusiva de ônibus.
“Fiz gesto para ele sair e ele
continuou, parou e uma mulher desceu. Anotei a placa e ele foi embora. Minutos
depois retornou, estacionou e saiu do veículo dizendo que parou para
desembarcar sua esposa e perguntou por que eu tinha anotado a placa. Respondi
que ele tinha cometido duas infrações. Ele começou a xingar e disse que eu iria
ver”, relembra o agente.
Segundo Santana, o motorista foi
embora e ele continuou o serviço. “Minutos depois, só senti a pancada. Quando
virei, vi um cara indo embora em uma moto com um pedaço de pau na mão. Graças a
Deus, bateu no ombro. Se fosse na cabeça, seria pior”.
QUEIXAS
Agentes dizem também que problemas
estruturais comprometem o trabalho e a segurança. “Existe uma determinação para
que a gente só saia em dupla, por causa das agressões. Mas deveria ter um
radiocomunicador para falar com a central. Só os motorizados têm. E na Gerência
de Transporte, muitos agentes ainda saem sozinhos”, afirma Judário Silva,
integrante da Astram.
O superintendente da Transalvador,
Fabrizzio Muller, afirma que solicitou à Procuradoria do município que avalie
medidas jurídicas que reforcem a punição dos agressores. “Começamos a apertar a
fiscalização e os infratores começaram a se insurgir”, diz ele, que divulgou o
número de processos após o pedido à Procuradoria.
Para Muller, as punições eventualmente
impostas aos agressores são brandas. “Pagar cesta básica não é suficiente. Eles
deviam pintar o muro da Transalvador ou segurar uma faixa de respeito ao
trânsito em uma via”. O órgão estuda a possibilidade de o município se
habilitar nas ocorrências de agressão como assistente de acusação.
O superintendente admite que algumas
ações ainda são feitas por um agente. “É uma demanda deles ter mais de um, mas
a gente hoje sofre com a falta de pessoal. É difícil atender a essa
solicitação”.
Casos Somente no Carnaval, foram
registrados dois casos de agressão contra agentes. Numa das ocorrências, o
funcionário da Transalvador, fardado, tomou um soco numa via de acesso ao
circuito. No outro caso, o agente acusa um PM de tê-lo agredido.
No final de janeiro, outro agente foi
golpeado por um motociclista com um capacete, na Rua Carlos Gomes. Ainda em
janeiro, no Comércio, um servidor foi ferido na cabeça com a fechadura, depois
que um motorista notificado esvaziou um dos pneus do carro da Transalvador. A
ação foi filmada por um turista.
TRANSALVADOR
ESTUDA USAR CASSETETE E GÁS
Diante dos casos de agressão, o
titular da Transalvador avalia a possibilidade de os agentes de trânsito usarem
tonfas (cassetetes), gás de pimenta e teasers (pistola de choque). “O
equipamento é para que os agentes possam se defender, mas ainda estamos
avaliando com a Procuradoria do Município”, diz Fabrizzio Muller.
“Já fui agredido verbalmente. A gente
tem que usar a experiência para não ser agredido. Eles usam palavrões, dizendo
que o órgão não serve para nada, que é só uma indústria de multas. Dizem que o
agente não dá orientação”, conta Jairo Albino, 61 anos, 14 como agente de
trânsito.
“Geralmente, quem agride é quem está
errado e não aceita receber a notificação. O sujeito vê a placa para não
estacionar e para assim mesmo e ainda reclama”, completa Albino. Pedindo
anonimato, um motorista reclamou dos agentes. “Alguns deles não sabem nem
abordar. Eles deveriam ser mais capacitados”.Fonte: Ibahia.com 03/03
1 comentários:
SER CAPACITADO , GOSTARIA DE SABER DOS MOTORISTAS O QUE ISSO SEGNIFICA ? SE ELES MESMOS NAO SAO CAPACITADOS PARA DIRIGIR . PARA SE DIZER QUE ALGUEM NAO É CAPACITADO , TEMOS QUE MOSTRAR QUE SOMOS CAPACITADOS . OUTRA COISA 99,9% DOS MOTORISTAS MAU LEEM O MANUAL DE SEUS VEICULOS , AINDA MAIS UM MANUAL DE TRANSITO . É FACIL ACABAR COM A INDUSTRIA DA MULTA É SO NAO COMETER INFRAÇAO . 75% DAS MULTAS SAO DE PARAR DEBAIXO DE PLACAS DE PROIBIÇAO , SANTA IGNORANCIA TEM QUE TER CAPACIDADE.
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